DO OTIMISMO AO PÂNICO: O HUMOR DOS CAPITALISTAS QUANTO A GUERRA NA UCRÂNIA SEGUNDO O FINANCIAL TIMES
Por Wladmir Coelho
1 – O jornalista Gideon
Rachman do insuspeito Financial Times de Londres, nos momentos que antecederam
a visita de mr. Biden a Ucrânia, escreveu o seguinte: “chega um ponto em muitas
guerras no qual os lados em conflito se perguntam no que se meteram.” O texto
segue revelando o pânico de Vladimir Putin diante de reveses militares em
setembro do ano passado em função de uma bem sucedida reação ucraniana e pesadas
baixas do lado russo.
2 – Segundo Rachman o
quadro agora seria o inverso apresentando os membros da OTAN em público um
otimismo desmedido enquanto no particular levantam dúvidas a respeito das
condições para um eventual acordo de paz em condições favoráveis à Ucrânia. Sem
acordo o prolongamento do conflito dificultaria as possibilidades de
continuidade do apoio militar e financeiro dos países da OTAN.
3 – O jornalista do
Financial Times entende que a guerra segue negativa para os russos em termos
militares ressaltando, no entanto o desempenho favorável para economia apesar
das “pesadas sanções”. Rachman revela
que a previsão de contração econômica da Rússia de 20% ou mais não passou de 4%
existindo a expectativa de crescimento “no próximo ano.”
4 – O mesmo não é
possível afirmar em relação à economia da Ucrânia hoje dependente dos
empréstimos (ajuda?) dos Estados Unidos criando a necessidade de uma rápida
vitória de Kiev. Existe, do lado da OTAN/EUA, a esperança das forças ucranianas
empurrarem os russos para a Criméia forçando uma negociação, contudo Rachman
recorda os “pequenos avanços” do exército da Rússia e acrescenta a falta de
munição e equipamentos como aviões de combate para o lado ucraniano. O
prolongamento da guerra, segundo o Financial Times, não é favorável aos militares
ucranianos.
5 – Aqui um parêntese: os
jornais noticiaram a ocorrência de protestos, em Washington, contra a
destinação de bilhões de dólares à indústria armamentista para manutenção da
guerra na Ucrânia. A viagem de mr. Biden a Kiev ocorreu um dia após as manifestações
em Washington.
6 – Voltando ao Financial
Times: como sabemos o jornal é o porta-vos do capitalismo inglês e ao publicar
uma reportagem repleta de insinuações quanto a real situação militar e
econômica da Ucrânia revela a preocupação dos donos do dinheiro quanto ao
possível calote, afinal são bilhões de euros e dólares financiando armas,
munições, aviões de todos os tipos sem esquecer do pagamento dos soldos dos militares
ucranianos. O prolongamento do conflito resulta ainda em frustrações para o
setor das empreiteiras, das empresas associadas a estrutura de comunicação, de
energia todos ávidos por contratos com o Estado altamente vantajosos.
Continuará a existir o Estado ucraniano? Perguntam os capitalistas do
imperialismo.
7 – A realidade segue
revelando um quadro desesperador para o povo ucraniano no qual uma eventual paz
será seguida de grave crise econômica e repressão ditatorial ao estilo fascista
uma forma clássica para atender aos interesses do imperialismo.
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