PETRÓLEO
E PODER ECONÔMICO
Wladmir
Coelho
O controle efetivo da
exploração petrolífera e consequente utilização do poder econômico decorrente
desta atividade encontra-se no centro das principais disputas internacionais.
Atualmente a maioria
dos países produtores preocupam-se em garantir o controle do bem natural
petróleo entregando aos oligopólios – através de diferentes modelos de
contratos – a exploração comercial.
Este controle do bem
natural, via de regra, é utilizado como propaganda confundindo a população
quanto a propriedade ou apropriação dos resultados financeiros. O método é
simples: Os governos apoiam-se no discurso nacionalista da propriedade do bem
natural ocultando a condição entreguista das políticas econômicas para
exploração comercial do petróleo.
Deste modo o poder
econômico decorrente da exploração petrolífera dificilmente será utilizado em
beneficio da maioria dos países produtores cuja política econômica do petróleo
destina-se a prática da exportação.
Devemos ainda observar
que os países industrializados possuidores de reservas petrolíferas não
seguiram a regra de exportação de petróleo, ao contrário, criaram dificuldades
para este tipo de atividade e diante da queda em sua produção passaram a
controlar novos territórios com potencial produtivo.
A forma de controle dos
territórios com potencial produtivo efetivou-se de diferentes formas passando
da guerra à presença de empresas originadas nos países industrializados
destacando-se aquelas constituídas nos Estados Unidos e Reino Unido.
Ocupados militarmente
ou submetidos ao poder econômico dos oligopólios os países não industrializados,
com potencial petrolífero, enfrentam grandes dificuldades para a superação do
modelo econômico de base colonial.
Este modelo, amparado
na exportação de matéria prima, revela a ausência de soberania tendo em vista a
submissão total às necessidades da potência importadora e neste caso verificando-se
uma composição entre os interesses da empresa e seu Estado de origem.
Esta consubstanciação
entre Estado e oligopólio sustenta as ameaças e conflitos observados em
diferentes pontos do Globo. Afinal as potências industriais transformaram-se em
maiores consumidores de petróleo e neste aspecto precisamos analisar com
atenção o caso da China e Estados Unidos.
Seguindo o exemplo dos
Estados Unidos do período pós-guerra a China limitou a exportação de minerais e
criou uma rígida regulamentação para o setor energético.
Observaram também que nos
Estados Unidos, pioneiro no setor industrial petrolífero, as empresas privadas
recebiam e recebem grandes incentivos do Estado. Os chineses, interessados em
desenvolver em curto prazo uma indústria de alcance mundial e sem tempo para
aplicar as teses liberais, criaram estatais dedicadas à exploração petrolífera
nacional.
O investimento no setor
petrolífero, desta forma, superou a tradicional criação de uma empresa
controlada pelo governo e associação desta aos oligopólios. Os chineses
investiram em novas tecnologias e apropriação destas pouco ou nada preocupados
com as repercussões das bolsas de valores. Diga-se de passagem, a maior empresa
local de petróleo é a CNOOC LIMITED.
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