A
GEOPOLÍTICA DO PREÇO DO PETRÓLEO
Wladmir
Coelho
A queda do preço do
petróleo assusta. Em menos de seis meses ocorreu uma desvalorização de 42% a
maior parte desta, 30%, verificada nos últimos três meses.
Tratando-se de um setor
oligopolizado não seria surpresa adicionarmos a soma das causas desta queda os
interesses geopolíticos, dentre estes, a disputa por áreas com potencial
produtivo na Ásia Central.
Neste sentido fragilizar
a economia da Rússia torna-se um elemento a ser considerado. O país, em função
de sua localização e influência na região, torna-se parte das rotas de
gasodutos, oleodutos em direção a Europa e suas empresas petrolíferas possuem
condições técnicas para disputar o controle das áreas produtivas somado,
naturalmente, ao poderio militar tradicional fator de sucesso da indústria do
petróleo.
Todavia os russos
experimentam, desde o inicio do ano, uma desvalorização de 40% do valor do
Rublo em relação ao Dólar, as sansões econômicas ampliam os prejuízos podem
atingir US$ 40 bilhões ao ano.
SEGUNDA
GUERRA FRIA?
Esta disputa pelo
controle da Ásia Central nos conduz a uma espécie de remaker da Guerra Fria,
embora a questão da Ucrânia aqueça o debate.
Em contrário a tese de
uma política deliberada dos Estados Unidos em direção à desvalorização do
petróleo apresentando como foco um ataque as finanças da Rússia revelam-se algumas
questões.
A mais importante
encontra-se na geração de empregos no setor petrolífero estadunidense que
apresentou uma elevação no momento anterior a queda no preço em função das
novas áreas de exploração, notadamente, aquela relacionada ao Xisto.
Mas, quem disse que uma
potencial crise militar seria desfavorável a economia dos Estados Unidos?
Durante o período Reagan
os Estados Unidos, claramente, adotou como prática o apoio estatal a indústria
militar garantindo empregos e importante acesso ao mercado externo no setor de
defesa.
O caminho para a
ampliação deste setor verifica-se hoje através da OTAN e acordos com os
governos do Japão e demais países com interesses no Mar da China, outra
importante região de acesso a Ásia Central.
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