A
EFICIÊNCIA DAS EMPRESAS DE MINERAÇÃO
Wladmir Coelho
A disputa por áreas com
potencial mineral não constitui novidade histórica e todos conhecemos inúmeras
guerras originadas, de forma oculta, na disputa pelo domínio do petróleo, ouro,
ferro dentre outros minerais.
Observa-se ainda o
controle de áreas de mineração efetivado com base em acordos comerciais
favorecendo conglomerados cujo único compromisso é retirar a matéria prima de
um determinado território sem preocupação com o desenvolvimento local ou conseqüências
ambientais.
Este modelo de
exploração predatória aplica-se, via de regra, em países de economia com base
colonial ocorrendo este fato independente de sua alegada soberania política. Os
governantes destes países, na prática, renunciam a elaboração de políticas
econômicas nacionais e entregam-se as determinações ou interesses políticos das
empresas.
O maior ganho possível dos
conglomerados torna-se a base das políticas econômicas. O fato lucro transforma-se,
deste modo, em objetivo oficial orientando a verdadeira ação do Estado.
Neste caso podemos
observar, como exemplo, a questão do trabalho aspecto regulamentado (jornada,
salário mínimo, aposentadoria) em praticamente todo o planeta. Vejamos um caso:
A Eritreia, na ponta
oriental da África, a legislação determinou a incorporação obrigatória e não
remunerada ao Exército como forma de garantir a reconstrução do país e formação
profissional da juventude.
Neste país africano a
mineradora canadense Nevsun Ressources acrescentou, desde 2011, em suas
receitas aproximadamente US$ 1,6 bilhões. Segundo a Anistia Internacional e Human
Rights Watch as atividades da lucrativa empresa canadense apresenta como
característica a utilização da mão de obra escrava.
A seleção destes
trabalhadores ocorre na forma de recrutamento obrigatório para o Exército
legalizando, além do trabalho forçado, as penas de prisão e castigos corporais.
No Congo mineradoras utilizam-se
de práticas como o endividamento (hospedagem, alimentação, equipamento de
trabalho) para manter cativo os trabalhadores que encontram-se submetidos a
vigilância armada.
As industrias de
telefones celulares e computadores encontram-se entre as principais
beneficiadas desta forma de exploração do trabalho que inclui crianças e
mulheres retiradas a força de suas casas.
Outra conseqüência da
submissão das instituições aos interesses dos oligopólios da mineração
encontra-se no desprezo ao meio ambiente. As mineradoras e petrolíferas
apresentam-se, na publicidade, como defensoras do meio ambiente distribuindo quantidades
imensas de papeis coloridos com fotos de flores e desenvolvendo projetos,
amparados na renuncia fiscal, nas escolas quando crianças são incentivadas a
colorir desenhos de árvores recortando em seguida garrafas pets entendida esta
atividade como reciclagem. Tiram-se muitas fotos, imprimem-se muitas revistas.
Enquanto isso somente o
mineroduto Minas-Rio consome, por hora, dois e meio milhões de litros de água
para exportar minério. Nos meios de comunicação as mesmas empresas que cometem
este crime determinam ao povo um banho rápido sem cantoria. Transferem a culpa.
Neste caso é notório a
transformação de um bem comum – a água – em simples elemento para a produção
colocando o interesse particular de uma empresa acima das necessidades gerais.
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