Quem determina o preço do petróleo?
Wladmir Coelho
A exploração petrolífera dificilmente obedece as necessidades dos países produtores encontrando-se, via de regra, submetida às políticas de segurança energética dos chamados “grandes consumidores”. Podemos verificar com facilidade esta situação a partir do esforço destes países considerados grandes consumidores de petróleo em possuir empresas controlando a maior quantidade possível de áreas com potencial produtivo.
Atualmente China e Estados Unidos disputam este controle através da associação ou aquisição de empresas energéticas em todo o mundo garantindo uma reserva que permita a execução das políticas econômicas nacionais.
Todavia encontrando-se o petróleo fora do território dos grandes consumidores e este mineral entendido majoritariamente como bem natural dos países de origem existe o risco de alterações em sua política de preços considerando-se as necessidades internas dos produtores fator desestabilizador da política energética dos compradores.
A superação deste risco implica na elaboração de uma política internacional para o valor do petróleo superando o chamado preço normal aplicando-se o preço imposto. Nesta modalidade desconsidera-se o principio da oferta e procura utilizando-se de recursos diversos a partir dos diferentes ramos presentes nos grandes consórcios petrolíferos.
Neste caso os bancos privados e entidades de crédito oficiais fornecem empréstimos para a exploração recebendo como parte do pagamento determinada quantidade de petróleo a preço acordado entre as partes desconsiderando-se o valor de mercado. O Brasil, o Equador, a Venezuela na América do Sul realizam este tipo de transação tendo este último país citado, segundo documentos do site Wikiliaks, apresentado reclamações em relação ao procedimento chinês que revendia o petróleo venezuelano, comprado em condições especiais de preço, por valores de mercado.
Ampliando esta política de preço imposto dois grandes consumidores de óleo, China e Índia, decidiram atuar de forma conjunta no mercado internacional realizando compras de modo alternado ou através de empresas conjuntas mostrando claramente a intenção de quebra da concorrência e submissão dos produtores as políticas econômicas dos consumidores de matéria prima.
Este fato esclarece de uma vez por todas a necessidade de transformações na política econômica do petróleo brasileira amparada no discurso fundamentalista liberal desprovido do principio de defesa da segurança energética nacional voltado majoritariamente para a exportação depositando no mistificado fundo financeiro ou soberano as esperanças de progresso esquecendo-se que os valores direcionados à sua formação originam-se nas políticas de preço dos oligopólios.
Um comentário:
É isso aí! Um esclarecer que contribui! Valeu!
Postar um comentário