Escuta Educativa - Programa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Petróleo e corrupção




Petróleo e corrupção

Wladmir Coelho

Controlar estoques e produção de petróleo não é tarefa fácil e  tradicionalmente aparece associado a corrupção, guerras, golpes de Estado, assassinatos e outras modalidades criminosas. Nos anos 30, por exemplo, Bolívia e Paraguai entravam em guerra e dois trustes aproveitavam para resolver uma antiga disputa comercial e esclarecer qual roubava mais petróleo  através de dutos clandestinos ao sul do continente.

Neste conflito, conhecido por Guerra do Chaco, as empresas petrolíferas determinaram os rumos dos acontecimentos tendo a Standard Oil negado o abastecimento de combustível às tropas bolivianas em combate quando entendeu satisfeitos os seus interesses comerciais na região encerrando assim a disputa militar.  

Nas linhas abaixo selecionei 3 acontecimentos recentes para mostrar o quanto os métodos ainda permanecem obscuros quando o tema é controle de áreas com presença de petróleo.  

Petróleo e violações dos Direitos Humanos

Em Mianmar os recursos do Fundo Soberano da Noruega encontram-se aplicados em empreendimentos que utilizam mão de obra escrava, praticam grilagem de terras e promovem assassinatos. A denuncia partiu do Earth Rights International e envolve a participação do Fundo norueguês em projetos de petróleo e gás através das empresas Total e Chevron.

Presidente do Azerbaijão acusa BP de chantagem

Os telegramas das embaixadas dos EUA em poder do  Wikileaks revelaram o oportunismo da BP durante uma crise de abastecimento de gás no rigoroso inverno de 2007. A petrolífera inglesa – durante reunião no gabinete presidencial – condicionou a normalização do abastecimento a modificações nos contratos para aumento dos lucros da empresa e permissão para explorar reservas de gás no Mar Cáspio.

Ministros de Uganda tornam-se corretores da ENI

Esta revelação também surgiu do Wikileaks   e registra os ministros da Energia e Defesa de Uganda atuando em favor da petrolífera ENI que pretendia comprar – fato não concretizado – os ativos da Heritage Oil naquele país por U$ 1.5 bilhão em 2009. 

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