CRISE
PETROLÍFERA OU CRISE DO MODELO ECONÔMICO ?
Wladmir
Coelho
1 - O declínio no preço
do petróleo aprofundou a crise financeira e muitos analistas apontam o fato
como rompimento de mais uma bolha. Será?
Enquanto isso, no
Brasil, a Petrobras é atacada por todos os lados, mas poucos ousam apontar a
origem das dificuldades da empresa situada na incompreensão de sua função: A
Petrobras foi criada para garantir a auto suficiência nacional e ponto.
A transformação da
empresa em “concorrente” das chamadas “BIG OIL” não passa de uma estratégia,
iniciada durante a ditadura militar, para a sua destruição. Enquanto durar o
discurso mercadológico relativo a crise da Petrobras não será possível a sua
superação.
A estatização da
Petrobras torna-se, neste momento, a única forma de salva-la garantindo a
segurança energética nacional base para o planejamento econômico e conseqüente ampliação
das políticas sociais.
2 – As empresas
petrolíferas diante das dificuldades originadas
com a queda no preço do petróleo tratam de garantir os seus lucros. A
British Petroleum (BP) recebeu do governo do Reino Unido elevados subsídios e
pede mais, todavia brinda os trabalhadores com demissões em plena época
natalina.
Superar eventuais prejuízos
com dinheiro do povo tornou-se a prática dos grandes grupos econômicos. A BP
desde sua fundação, no inicio do século passado, paga os seus acionistas graças
aos recursos retirados dos cofres públicos e mesmo assim alimenta o mito da
competência do setor privado.
A explosão que matou e
poluiu no Golfo do México, uma das tragédias na qual a BP encontra-se
envolvida, resultou de uma política de redução dos custos com aplicação de
materiais de baixa qualidade. Os manuais do lucro classificam este tipo de
aventura como eficiência.
Ao Estado, segundo
estes manuais, restaria a ineficiência cuja tradução seria a aplicação de
políticas sociais.
Voltamos à Petrobras:
Chegou o momento da desapropriação das ações de propriedade dos grupos de
investimentos para garantir ao povo brasileiro o efetivo controle do bem econômico
Petróleo.
3 – Abaixo algumas
notas a respeito da crise:
DEMISSÕES NA BRITISH
PETROLEUM
A petrolífera comunicou
que pretende demitir centenas de trabalhadores na Inglaterra como forma de
compensar alegados prejuízos no Golfo do México (decorrentes da explosão em
2010) e queda no preço do petróleo.
Shell, Statoil, Chevron
também efetivaram demissões.
AUSTRÁLIA: DESVALORIZAÇÃO
DAS EMPRESAS PETROLÍFERAS
A dependência de
receitas originadas nas commodities revelam a sua fragilidade e colocam em
alerta diferentes governos. Como sabemos a Austrália rivaliza com o Brasil o
controle do mercado de minério de ferro.
As empresas
australianas, segundo diferentes jornais, apresentaram na última semana
desvalorização de suas ações em conseqüência da queda no preço do petróleo e
minério de ferro.
A petrolífera Santos,
por exemplo, terminou na semana passada com queda de 17%, a Oil Search entre a
baixa de 8,5 e alta terminou a semana em queda de 3,5%, a Fortesque Metals
Group perdeu 10.9%.
CANADÁ: CORTES NOS
GASTOS SOCIAIS
O governo da província de
Alberta anunciou a possibilidade de cortes orçamentários em função da queda do preço
do petróleo. O comunicado oficial prevê cortes no valor de US$ 7 bilhões no
orçamento.
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