PROJETO
DE NAÇÃO DOS RICOS:
Implantar
logo uma ditadura e entregar-se ao imperialismo
Wladmir
Coelho
Espantosa essa revelação
do jornal Valor: 85 dos maiores empresários brasileiros revelam-se pouco
participativos nas decisões políticas nacionais.
O nível do distanciamento
entre os grandes empresários e a política, segundo o jornal, assume um grau
horripilante considerando, por exemplo, a declaração do dirigente do grupo
Suzano, revelando este a inexistência, no meio empresarial, de um projeto
político para o Brasil.
A pesquisa foi
apresentada durante um convescote dos mais ricos dos brasileiros que ouviram,
dentre outros, Pedro Parente e Albert Fishlow.
Parente defendeu a
participação direta dos grandes empresários na política: “A solução [da crise] terá que vir a partir da
política ou de uma participação mais efetiva das associações. O importante é o
protagonismo."
Ora, ora; então o Parente
defensor do livre mercado e do distanciamento da política da direção da
Petrobras e difusor da crença da não intervenção do Estado na economia faz
discurso aos mais ricos propondo a entrega do governo aos empresários como
forma de melhor gerir a economia!
E qual seria a fórmula
política para organização da economia? Sim, para horror dos chamados
libertários que pululam nas redes sociais os mais ricos do Brasil procuram um
modelo de Estado para melhor atender aos interesses de sua classe.
Sim! Os mais ricos do
Brasil colocam seus interesses como projeto para o país e para aprofundar ou
criar um modelo contratam, além do entreguista da Petrobras, o professor
emérito da Universidade de Columbia Albert Fishlow.
O professor Fishlow
possui longa experiência na assessoria de projetos econômicos para o Brasil. No
período inicial da ditadura militar contribuiu na elaboração de um planejamento
econômico, cuja base política, buscava barrar uma alegada e paranoica influência
soviética na América Latina.
Influência soviética,
vamos esclarecendo, significava varrer do Brasil qualquer menção ao rompimento
com o modelo colonial.
Como? O método é simples
e sua condição primeira implica em ignorar os aspectos históricos do atraso econômico
brasileiro, notadamente, a condição econômica colonial. Segue-se, ao fato, a
aplicação do modelo liberal clássico de abertura ao capital internacional e
deste a inevitável concentração de renda.
O próprio Fishlow
observou essa falha e para espanto dos militares apontou a concentração de
renda como principal efeito colateral do chamado milagre econômico que ele
mesmo havia ajudado a conceber.
E qual foi a fórmula de
superação da concentração de renda no Brasil?
Ignorando o endividamento
externo e a remessa de lucros resolveu-se mirar no controle populacional e na
reforma educacional a fórmula para superar a injustiça social.
Decorrem deste pensamento
a campanha de esterilização em massa denunciada por Darcy Ribeiro somado ao
acordo MEC-USAID e todos aqueles horrores patrocinados na reforma educacional
da ditadura cujo objetivo encontrava-se na formação escolar da mão de obra “capacitada”
ou alienação total dos estudantes através da exclusão da base de ensino as
disciplina consideradas inúteis: História, Filosofia e Sociologia. Ainda bem
que isso é passado!
Vejam só: Os mais ricos
do Brasil convidaram para auxilia-los na construção de um projeto nacional especialistas
em colonização ou elementos cuja experiência e prática constitui em trabalhar
com governos autoritários e destes construir formas de adaptar a economia
nacional às necessidades do capital imperial.
O convescote dos mais
ricos revelou algo: o discurso da economia livre da intervenção estatal ficou
enterrado. Ninguém no meio dos poderosos nacionais tem a ilusão da separação entre
política, economia e Estado.
A questão, para os
poderosos, está na forma de garantir a continuidade do modelo econômico de base
colonial e estão dispostos a tudo, inclusive, dispensando os intermediários e
assumirem de vez o governo. Não temos, neste caso, um fato inédito.
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