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BANQUEIROS SEQUESTRARAM TODO O DINHEIRO DO BRASIL E GUARDARAM EM NOVA IORQUE
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CDL/BH EXIGE DINHEIRO CIRCULANDO E SEM JUROS
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A CULTURA DA PREGUIÇA DE UMA ELITE COLONIZADA SERÁ ROMPIDA?
Por
Wladmir Coelho
1 – A Câmara de
Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte – CDL/BH – lançou a campanha Juros Zero para
“sensibilizar” os bancos públicos e privados a promoverem linhas de crédito sem
juros para socorrer o setor produtivo fundamentando este pedido nos elevados
lucros das instituições financeiras.
2 – A iniciativa do CDL/BH
reúne alguns aspectos importantes manifestando o seu presidente, Marcelo de
Souza e Silva, uma intenção em promover não somente um socorro ao comércio, mas
ampliado à indústria apelando inclusive ao sentimento patriótico dos
banqueiros.
3 – Esta campanha do CDL/BH
representa uma iniciativa no mínimo diferenciada das elites econômicas
revelando inclusive uma cisão entre as parcelas da burguesia descobrindo o
setor comercial a sua condição nacional e desta a necessidade de revisão do processo
de dependência econômica inequivocamente o passo seguinte de uma campanha como
esta aspecto já experimentado na história.
4 – A Federação do
Comércio de Minas Gerais, no início dos anos 50, elaborou a partir dos trabalhos
do professor Washington Albino a Tese Mineira do Petróleo defendendo a
estatização total da exploração petrolífera como forma de garantir os meios
necessários ao desenvolvimento industrial autônomo e deste a ampliação do
mercado interno. Neste ponto, permitam-me, vou acrescentar uma impressão do
próprio autor da citada tese de quem fui aluno e sou discípulo a respeito do interesse
da Federação na instituição do monopólio estatal do petróleo: “foi um ato de
patriotismo.”
5 – Destaco o fato
patriotismo considerando este a partir do entendimento da realidade nacional
necessitando para sua concretização o rompimento com aspectos culturais
considerando a condição da classe dominante brasileira de aliada ao imperialismo cuja principal
característica é não fazer exigências revelando-se, desta forma, como
subordinada, colonizada, ou melhor, uma espécie de delegada destes interesses
no Brasil encontrando-se historicamente acostumada a simplesmente copiar tornando-se
desta forma preguiçosa e incapaz de criar.
6 – A alienação cultural
de nossa classe dominante oculta o entendimento da realidade social incluindo
neste processo de alienação as forças repressivas notadamente seus chefes
simbolizados de forma evidente na figura dos generais entreguistas e seus ritos
ditos patrióticos na prática meios de legitimação da dominação imperialista.
7 - Esta elite consome não somente a Disneylândia,
o hamburguer, a música, a roupa, mas embutido nesta condição não criativa
encontra-se o pensamento da classe dominante imperial igualmente consumido nas
formas de organização do trabalho, da educação, do acesso aos direitos sociais
configurando esta limitação criativa existente nas classes dominantes do Brasil
o distanciamento do entendimento das causas associadas a dominação externa
impedindo uma reflexão e desta a elaboração clara de uma proposta de um projeto
nacional de desenvolvimento econômico relacionando-se este ao necessário
rompimento com a subordinação imperialista.
8 – A crise econômica detonada
a partir da pandemia do COVID-19 surge neste momento como espécie de terremoto
no centro econômico e fim do mundo na periferia surgindo deste quadro
adequações do capital internacional agora muito mais violento com relação a
destruição da mínima possibilidade de concorrência aprofundando, desta forma, a
destruição de qualquer obstáculo a sua reprodução.
9 – Desta realidade
surgem os bancos e fundos de investimentos internacionais em sua condição de
portadores das dívidas acumuladas ao longo dos últimos anos através da
especulação pura e simples resumidos na farsa da recompra dos papeis pelos
próprios emitentes criando a euforia da cocaína dos cassinos também chamados de
bolsas de valores.
10 – Para a continuidade
deste jogo dos grandes do centro do capitalismo é necessário retirar da
periferia o que for possível e mais um pouco criando nestes a correta sensação
de morte naqueles setores, embora participantes da orgia das bolsas,
necessitam, para este fim, continuar minimamente a produção e venda de seus
produtos no atacado e no varejo.
11– O sistema bancário
brasileiro, todo ele associado e dependente do internacional, recebeu seus
trilhões de reais do sr. Paulo Guedes e pede mais, mais e segue enviando tudo
ao exterior comprando os títulos da sede do império faltando aqui na terra o
necessário para o financiamento da produção e vendas no comércio.
12 – A elite colonizada
agora começa a perceber que não passa disso e desesperada ensaiou o apoio aos
pequenos e endividados da classe média através de carreatas da morte com frases
amparadas no velho e conhecido racismo, mas percebeu o quanto era ridículo
salvar de uma crise internacional a economia brasileira através da venda de
ovos de páscoa ou abertura dos botequins.
13 – Neste momento a
elite nacional – ou seu segmento produtivo e comercial – começa a perceber a
necessidade de rompimento com seus irmãos do setor financeiro utilizando para
este fim um discurso ainda tímido da redução dos juros ou apelar ao patriotismo
como forma de salvar a economia nacional.
14 – Surgem aqui duas
questões a primeira diz respeito ao necessário rompimento com o discurso
colonizado da desregulamentação do setor financeiro exigindo a presença do
Estado não somente não somente em sua
condição de doador de recursos do trabalhador aos bancos ao modo do modelo
defendido pelos srs. Guedes e Bom Rapaz Maia, mas responsável pelo planejamento
econômico e deste da produção algo próximo, principalmente nestes tempos de
crise aguda, de uma economia de guerra entendendo esta à necessária planificação
da economia.
15 – O segundo refere-se
a superação do conceito de patriotismo associado a reprodução da defesa dos interesses imperialistas e legitimação
da prática da subordinação cultural exigindo, esta atitude, a valorização da criatividade através do
financiamento público da pesquisa e inovação tecnológica, da garantia dos recursos
do povo às escolas e universidades
públicas, a garantia dos direitos sociais incluindo o trabalho e introdução de
instrumentos democráticos, incluindo a representação dos trabalhadores, no
processo de elaboração do planejamento econômico.
16 – A elite econômica
brasileira sonhou até ontem em viver de renda em confortáveis mansões de papelão
e gesso em Miami, contudo a forma de exploração do imperialismo sofre
alterações implicando em necessária resposta de cunho soberano e
intervencionista constituindo este fato em verdadeiro rompimento com a velha e
carcomida fórmula imperialista.
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