PETRÓLEO
E CORRUPÇÃO II
Uma
indústria financiada pela guerra
Wladmir
Coelho
Standard Oil, Shell e
Anglo Persian Oil Company (atual British Petroleum) constituem a base da atual
indústria petrolífera. Este quadro decorre de um acordo firmado em 1928 quando
representantes destas empresas reuniram-se em um castelo escocês e dividiram o
controle das áreas com potencial petrolífero em todo o mundo.
Posteriormente, com as
sucessivas divisões da Standard Oil para escapar das leis antitrustes dos
Estados Unidos, ao grupo foram acrescentadas mais quatro companhias formando as
chamadas SETE IRMÃS.
Cinco empresas sediadas
nos Estados Unidos e duas europeias – estas diretamente subordinadas ao império
britânico – controlavam o petróleo mundial e apesar do acordo de 1928 em
diferentes regiões surgiam conflitos.
Na América do Sul a
disputa entre a Standard Oil e Shell resultou na chamada Guerra do Chaco que
durou de 1932 a 1935. Antecipando aos governantes dos países em conflito as
duas empresas realizaram um “acordo de paz” e continuaram contrabandeando o
petróleo boliviano enquanto morriam 100 mil inocentes.
Quando não precisava
mais da guerra a Standard Oil negou ao exército boliviano o fornecimento do
petróleo extraído naquele país. Este fato contribuiu para a revolta popular e criação
da primeira empresa controlada pelo estado para a exploração petrolífera.
Em 1941 outra disputa
entre Shell e Satandard Oil resultou em guerra desta vez envolvendo o controle
da bacia amazônica área de litígio entre Equador e Peru. A região era disputada
desde o final do século XIX, todavia a presença de petróleo envolveu os interesses dos oligopólios.
O acordo de paz,
Protocolo do Rio de Janeiro, foi assinado em função de forte pressão dos Estados
Unidos entregando ao Peru parcela significativa do território equatoriano.
Segundo o antropólogo canadense Wade Davies em seu livro El Rio este acordo
atendeu aos interesses da Standard Oil que recebeu do governo peruano a concessão
para exploração do território em disputa derrotando a Shell.
Nenhum comentário:
Postar um comentário