Wladmir
Coelho
A militarização do Atlântico
Sul, efetivada pela 4ª Frota dos Estados Unidos, recebe um reforço da Armada Inglesa.
Tudo para garantir o controle do petróleo da América do Sul.
A dupla Estados Unidos e Inglaterra movimentam
suas tropas para garantir o controle colonial das áreas produtoras ou
detentoras de grandes reservas petrolíferas ainda não exploradas em sua
plenitude.
O caso iraniano, em função da importância deste
país para o fornecimento mundial de petróleo, recebe grande atenção da mídia e
apesar dos esforços do oligopólio da informação em reduzir a ameaça de invasão
do Irã ao fato combate as armas de destruição em massa não existe aquele ser
humano, possuidor de inteligência mediana, que não associe ao petróleo os
verdadeiros motivos do conflito.
O cerco ao Irã necessita de uma operação
complexa envolvendo o controle político da Síria como forma de isolamento dos
persas e enfraquecimento da presença militar russa no Mediterrâneo. Como
sabemos no cenário de guerra previsto para o controle do Irã a Rússia é
classificada como aliada deste país e possui, justamente na Síria, uma base
militar naval cujo poder de fogo foi acrescido desde o final de 2011 com pelo
menos um porta aviões, submarinos e mísseis balísticos.
Enquanto ao caso iraniano aplica-se o clássico
conto das armas de destruição em massa – lembrai-vos do Iraque – no Atlântico
Sul as forças coloniais apresentam-se menos sutis e revivendo os dias de glória
a esquadra britânica envia de forma despudorada forças navais, incluindo a jóia
da Armada, devidamente protegida por um submarino nuclear.
Nesta ocupação militar a monarquia inglesa
(existiria um regime mais ridículo?) aproveita para promover o príncipe
herdeiro que divide o seu tempo nesta missão entre divertir-se pilotando um
avião e posar para fotos vestindo uniformes militares em tentativa patrioteira
de levantar o moral da elite britânica fortemente abalada em função da crise
econômica.
Apenas um questionamento. O leitor já imaginou que
tipo de repercussão resultaria da imagem do filho do presidente da Venezuela,
eu nem sei se ele tem um filho, usando uniforme militar pilotando um caça em
qualquer região do planeta? Sabemos todos a resposta.
Retomando. Uma força militar inglesa sem
justificativa aparente está ocupando o sul do nosso continente. O motivo
oficial seria um exercício de rotina para proteger um enclave colonial - sim
eles ainda existem ! - as Ilhas Malvinas.
A Argentina, que não possui bomba atômica,
reivindica a soberania das Malvinas. Os ingleses para militarizar a região não
podem, deste modo, usar a desculpa da arma de destruição em massa para proteger
a sua colônia. Assim utilizam do aniversário de 30 anos da guerra contra os
argentinos como justificativa.
Certamente, com seu apego a tradição
supersticiosa dos magos, os ingleses consultaram os astros e receberam algum
tipo de informação mágica dando conta da tomada da ilha a cada 30 anos pelos
argentinos.
Independente da magia o potencial petrolífero
das Malvinas merece nossa atenção. Estima-se um volume de 8,3 bilhões de barris
existindo cálculos que elevam este número para 60 bilhões de barris.
Somente a empresa Rokhopper
possui em seu bloco estimativas de 350 milhões de barris, mas ao buscar
financiamento alega um potencial de 500 milhões. A Coroa, que encontra-se em
apuros financeiros estima arrecadar nas Malvinas, somente em royalties, 180
bilhões de dólares.
A Inglaterra possui vasta experiência em
controlar na marra áreas petrolíferas fora de seu território. A atual British
Petroleum (BP) nasceu assim e por coincidência no Irã quando no início do
século XX o Lorde do Almirantado, Winston Churchill, resolveu substituir o
carvão por um óleo derivado do petróleo para movimentar os navios de guerra.
Mohamed Mossadegh |
Este controle durou até os anos 50 quando o
governo de Mohamed Mossadegh nacionalizou pela primeira vez o petróleo
iraniano. Depois desta nacionalização os Estados Unidos – ironicamente com
apoio dos aiatolás – realizaram um golpe contra Mossadegh instituindo uma
monarquia que entregou o petróleo às empresas estadunidenses.
Em nossos dias as duas potências realizam um acordo
quanto a divisão das áreas produtoras reservando o petróleo iraniano, em sua
maior parte, para os Estados Unidos enquanto os ingleses assumem, dentre outras
regiões, as ilhas Malvinas.
Lembre-se: O Brasil, abençoado por Deus e bonito
por natureza, também localiza-se no Atlântico Sul e possui petróleo em grande
quantidade ainda não explorado. A legislação brasileira, ao contrário da
iraniana ou venezuelana, permite a livre exploração por empresas estrangeiras
que tornam-se proprietárias do petróleo retirado das profundezas do pré-sal ou
dos blocos em terra. Ao
que tudo indica para o Brasil não há necessidade de navios de guerra afinal possuímos
um governo pacifico e cordial.
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