PETRÓLEO
E CORRUPÇÃO
Uma
indústria financiada pela guerra
Wladmir
Coelho
A associação entre indústria
petrolífera mundial e corrupção não constitui novidade e não seria exagero
afirmar que as grandes empresas de nossos dias prosperaram amparadas em
dinheiro de origem, no mínimo, suspeita.
Nos Estados Unidos, por
exemplo, John Davison Rockfeller prosperou em seus negócios de transportes
graças aos favores do governo durante a Guerra Civil (1861-1865) e ao término
do conflito passou a investir na exploração petrolífera criando o truste Standard
Oil.
Na Europa o processo de
crescimento da indústria petrolífera não foi diferente. Os ingleses, no inicio
do século XX, perceberam a vantagem da utilização dos combustíveis derivados do
petróleo para movimentar seus navios de guerra e comerciais, mas ao contrário
dos estadunidenses não possuíam reservas em terra.
A solução do império
britânico foi muito simples. O Estado comprou 51% da Anglo Persian Oil Company e
subornando a monarquia iraniana passou a controlar as áreas com potencial
petrolífero garantindo deste modo o combustível do imperialismo.
No caso inglês devemos
observar que embora financiada pelo Estado a Anglo Persian Oil Company, desde
1954 denominada British Petroleum, era administrada por seus antigos
controladores ficando o governo em minoria em seu conselho. Uma divisão
interessante na qual o Estado entrava com diplomatas, subornos e quando isso
tudo falhava utilizava a bala dos canhões. Aos empresários restava apenas contabilizar
os elevados lucros.
Enquanto a Anglo
Persian controlava o Irã o império promovia a fusão de uma empresa de
exploração petrolífera holandesa a Royal Dutch Petroleum com uma transportadora
marítima inglesa denominada Shell. Desta fusão nasceu o truste que dominou o
transporte e fornecimento de combustíveis durante a Primeira Guerra Mundial.
Observe: Os trustes
petrolíferos tem sua origem no apoio dos estados imperialistas e sua primitiva
forma de financiamento encontra-se na guerra. Esta é a “ética” empresarial
destes grupos.
Um comentário:
Belíssima aula. Vou guardar como indicativos para matérias futuras.
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