CONTRABANDO DE PETRÓLEO DO
PRÉ-SAL NÃO PODE SER LEGALIZADO
Wladmir Coelho
Recebi
do amigo Gilson Sampaio um link para a seguinte notícia: “ É ou não é um
sucesso: Shell Grila o Pré-sal”. Segundo
informações da imprensa nacional e internacional a Shell do Brasil (durante o
governo FHC a emenda nº6 – mantida e protegida nos governos seguintes - concedeu
a Royal Dutch Shell a condição de empresa brasileira) avança sua exploração
para áreas ainda não leiloadas e reservadas ao controle direto do Estado.
Em
2011 no livro Direito Econômico e Ação Estatal na Pós Modernidade (Editora LTR)
apontei – dentre outras características
entreguistas – a possibilidade de controle de blocos sem a presença da
Petrobras e livres dos leilões em função de uma manobra denominada
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO.
No
citado livro afirmo:
“Esta condição de operador "único" [da Petrobrás]
não pode ser confundida com "onipresença", podendo desaparecer
considerando-se a possibilidade de individualização da produção, fato previsto
quando uma jazida estende-se além do bloco concedido, obrigando a realização de
um acordo mediado através da Agência Nacional do Petróleo; e deste, conforme o
artigo 35 do citado projeto, a indicação de um operador, criando a
possibilidade de inúmeros sub-blocos operados de modo independente àquele
adotado nas áreas adjacentes de acordo com o parágrafo 2º do artigo 36 do
projeto em questão.”
Utilizando
desta possibilidade de expansão da área explorada a Shell e sua sócia a Total
do Brasil, alegando que a natureza não respeita os limites artificiais de um
bloco, depois da extração gratuita, sabe-se lá em quais quantidades, apela aos
rigores da lei e poderá ser premiada com
mais um bloco.
Temos
neste ponto alertas importantes:
1º -
Como fica a situação do petróleo extraído e exportado de forma irregular?
2º - Existem
falhas nas medições oficiais do petróleo extraído do pré-sal?
3º - Existem
outras empresas apropriando-se indevidamente do petróleo brasileiro?
A
prática de contrabando de petróleo não é novidade, todavia o Estado brasileiro além de conviver
com esta prática criou os métodos necessários à sua legalização em prejuízo dos
interesses nacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário