VENEZUELA
E A SEGURANÇA
NACIONAL
DOS ESTADOS UNIDOS
Wladmir
Coelho
O presidente Obama
assinou um decreto declarando a Venezuela como ameaça a segurança nacional dos
Estados Unidos. Intrigante ver a maior economia do mundo cujo exército possui
as mais avançadas tecnologias de guerra sentir-se ameaçada por um pais
infinitamente menor.
O decreto cita a defesa
dos direitos humanos como base para declarar a Venezuela uma ameaça à segurança
nacional. Nenhuma novidade, pois esta sempre foi a senha para os Estados Unidos
iniciarem bombardeios humanitários e práticas semelhantes.
O decreto, entretanto, não informa a condição
venezuelana de terceiro maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos este sim
um aspecto relevante para a segurança nacional dos Estados Unidos.
Desde 1999, ano da
posse de Hugo Chaves na presidência da Venezuela, os governos estadunidenses
entendem como ameaça à sua segurança energética – base da segurança nacional – o controle estatal de uma empresa responsável
pelo fornecimento de parcela considerável do petróleo que consome.
A PDVSA, petrolífera
estatal da Venezuela, ao controlar todo o processo de exploração do petróleo
nacional aumenta a sua independência em relação a política econômica
determinada através das necessidades das grandes empresas principalmente as sediadas
nos Estados Unidos.
Adicionamos ao fato a
política de integração energética da América Latina, patrocinada pelo governo
da Venezuela, utilizando o petróleo como elemento financiador de projetos
comerciais, de saúde e educação. Neste ponto observa-se um maior distanciamento
dos países beneficiados em relação aos empréstimos diretos ou programas de
apoio social patrocinados pelos Estados Unidos, através de organismos nos quais
exerce influência direta, em sua maioria acompanhados de exigências relativas a
introdução de políticas neoliberais.
Os Estados Unidos
aplica atualmente uma ousada política energética que resulta no controle
absoluto, através de suas empresas, das reservas existentes no continente
americano.
Este fato ilustra-se
com as recentes noticias do armazenamento de 444,4 milhões de barris de
petróleo em seu território gerando, segundo o EUA Energy Information
Administration (EIA), a ocupação de 60% dos reservatórios estimando-se para
abril, graças a produção de um milhão de barris diários em excesso, a plena utilização
dos tanques.
Armazenar todo o
petróleo e manter o preço em baixa gerando crises nos países que dependem da
exportação, incluindo a Venezuela, para em seguida patrocinar a concentração comprando
as empresas endividadas. Esta prática não é nova e foi aplicada com sucesso
através da Standard Oil.
O aspecto queda nos
preços, resultante do excessivo armazenamento de petróleo, torna-se o resultado
visível da estratégia da segurança energética dos Estados Unidos. Todavia causa
perturbação observar um país com produção industrial em baixa e historicamente
defensor de práticas e métodos imperialistas ocupar totalmente os seus
reservatórios de petróleo. Estariam preparando-se para alguma espécie de catástrofe?
Quem sabe um inverno ainda mais rigoroso em 2016 ou uma guerra?
Neste processo a
Venezuela sofre as consequências de sua ousadia em enfrentar o modelo econômico
de base colonial imposto aos países da América Latina da mesma forma que
observamos no Brasil a tentativa de destruição da Petrobras empresa símbolo da
luta contra o imperialismo.
Um comentário:
Gostei do texto,pena que muitas pessoas do nosso país não ver essas verdades.
Estamos em uma intensa guerra financeira em que os países que buscam sua soberania se livrando do imperialismo imposto pelos pais do capitalismo moderno nos impõe gerando pobreza e miséria em países submissos ao seu poder econômico.
Espero que o BRICs resista e que um dia essa luta venha valer apena para que tenhamos um mundo mais justo. Os EUA não passa de um lobo disfarçado que fala coisas boas como se as quisesse.
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