O
QUE É SEGURANÇA ENERGÉTICA DOS ESTADOS UNIDOS?
Wladmir
Coelho
PRIMEIRA
PARTE
A política de segurança
nacional dos Estados Unidos encontra-se diretamente associada à manutenção de
um modelo de exploração petrolífera fundamentada na garantia de abastecimento
interno e preços estabilizados.
A página da
International Energy Agency (IEA) reforça este principio definindo como
segurança energética “A disponibilidade sem interrupção de fontes de energia a
um preço acessível”.
Em 2013, durante
depoimento à Comissão de Relações Exteriores do Congresso dos Estados Unidos, o
vice-presidente do Conselho das Américas, Eric Farnsworth, traduzia o conceito
da IEA da seguinte forma: “A segurança energética para os Estados Unidos é de
importância estratégica fundamental e constitui a base da nossa capacidade
funcional como sociedade moderna. A garantia da segurança energética revela-se
um componente critico da política externa dos Estados Unidos me todo o mundo.”
Considerando o conceito
de segurança energética da IEA somado ao entendimento do Conselho das Américas devemos
observar a presença de dois elementos que ultrapassam as fronteiras dos Estados
Unidos: O primeiro refere-se a “disponibilidade sem interrupção” e deste a
garantia de “preço acessível”.
O Conselho das
Américas, um poderoso lobby dos bancos e indústria dos Estados Unidos, reconhece
que apesar do aumento na produção local, graças à extração do óleo de xisto, os
Estados Unidos ainda dependem, aproximadamente, de 40% de petróleo importado
para garantir a aplicação da política de segurança energética.
Este petróleo importado
é proveniente, em ordem de quantidade, dos seguintes produtores: Canadá, Arábia
Saudita, Venezuela e México. Estes países apresentam particularidades quanto a
estabilidade política, econômica e associação ou submissão aos interesses da
política de segurança energética dos Estados Unidos efetivada por empresas
privadas estadunidenses.
Neste ponto a aplicação
da política de segurança energética dos Estados Unidos assume um caráter
internacional e claramente intervencionista.
A ação intervencionista
dos Estados Unidos, contudo, encontra-se revestida pelo discurso da liberdade
de mercado cuja representação encontra-se em suas empresas petrolíferas. Estas
assumem, desde o século passado, a condição de executoras da política de
segurança energética dentro ou fora dos limites territoriais estadunidenses.
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