Escuta Educativa - Programa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

GENERAL MOTORS; A CRISE DO MODELO NEOESCRAVISTA NOS ESTADOS UNIDOS por Wladmir Coelho

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*** GENERAL MOTORS; A CRISE DO MODELO NEOESCRAVISTA NOS ESTADOS UNIDOS


*** TRABALHADORES EXIGEM DIREITOS E GREVE DA GM COMPLETA DUAS SEMANAS

*** O MODELO EXECRADO NOS EUA É ADOTADO NO BRASIL E RECEBE APLAUSOS DA BURGUESIA MAIS ATRASADA DO MUNDO

Por: Wladmir Coelho 

1 – O discurso da não intervenção estatal associado ao louvor do mercado como única entidade em condições de garantir o funcionamento pleno da economia agrada, curiosamente, o presidente do maior banco do planeta os controladores da General Motors e chega, sem cerimonias, ao dono da padaria da esquina.

2 – “Quem não tem competência não permanece no mercado”, “a concorrência vai garantir ao mais capaz a sobrevivência no mundo empresarial”, “o Estado apenas dificulta o funcionamento ideal do mercado” estas e outras frases constituem o mantra do dono da padaria decoradas em palestras e cursos das associações empresariais.

3 – O dono da padaria não sabe, mas o banqueiro e os controladores da General Motors, em 2008, correram ao governo dos Estados Unidos para exigir que o Estado assumisse as dívidas da empresa. E conseguiram!

4 – A General Motors recebeu do governo estadunidense empréstimos (para pagar os banqueiros) e investimentos diretos através da compra de ações pelo Tesouro. Enquanto isso pequenos e médios empresários fecharam restaurantes, mercadinhos, lojas de conveniência e ainda entregaram suas casas, utilizadas como garantia de financiamentos de seus pequenos negócios, aos bancos. Capitalismo sem risco para os grandes e leis do mercado para os pequenos, assim funciona a livre concorrência.

5 – VOLTANDO A GENERAL MOTORS; a empresa, diante do apoio estatal, prometeu manter os empregos e tratou de anunciar novas contratações – incluindo antigos empresários de bairro – elevando, para alegria governamental, os índices econômicos dos Estados Unidos.

6 – A REALIDADE: desde o último dia 16 os trabalhadores das 31 fábricas da General Motors distribuídas em 9 estados encontram-se em greve e reivindicam, inclusive, o fim das contratações de horário parcial, ou seja, depois de apropriar-se dos recursos do povo a General Motors ampliou o número de empregados sem direitos mínimos e com salários igualmente aviltantes. Eis a recuperação econômica anunciada e referenciada lá e aqui no Brasil.

7 – Nos últimos três anos a General Motors lucrou US$ 35 bi fartamente distribuídos entre seus administradores, bancos, fundos de investimentos enquanto o trabalhador não possui o direito de férias remuneradas, licença maternidade, licença luto e ainda encontra a obrigação de cumprir horas extras transformando em tempo integral o contrato de tempo parcial.

8 – Retomando o fato intervenção econômica; somente um tolo não percebeu a disputa evidente entre economias com forte presença estatal e aquelas do discurso liberal e prática protecionista.
9 – O trabalhador vai perdendo o emprego e os direitos em nome do maior lucro possível sempre destinado aos banqueiros.

10 – A situação do Brasil merece atenção: a política econômica do atual governo retira a possibilidade de superação do nosso atraso (pelo menos a condição de sobrevivência econômica soberana) diante das privatizações dos setores estratégicos como a Petrobras, Eletrobras e Correios sem mencionarmos a destruição da estrutura responsável pela educação, pesquisa, saúde e assistência social.

11 – O discurso ideológico da supremacia do mercado e incompetência do Estado não passa de uma grande farsa e serve somente para justificar os meios para o aumento da exploração dos trabalhadores e como observamos o grande capital não sobrevive sem o apoio estatal e para este fim exige a sua posse total. 

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