*** GENERAL MOTORS; A
CRISE DO MODELO NEOESCRAVISTA NOS ESTADOS UNIDOS
*** TRABALHADORES EXIGEM
DIREITOS E GREVE DA GM COMPLETA DUAS SEMANAS
*** O MODELO EXECRADO NOS
EUA É ADOTADO NO BRASIL E RECEBE APLAUSOS DA BURGUESIA MAIS ATRASADA DO MUNDO
Por: Wladmir Coelho
1 – O discurso da não intervenção
estatal associado ao louvor do mercado como única entidade em condições de garantir
o funcionamento pleno da economia agrada, curiosamente, o presidente do maior banco
do planeta os controladores da General Motors e chega, sem cerimonias, ao dono
da padaria da esquina.
2 – “Quem não tem competência
não permanece no mercado”, “a concorrência vai garantir ao mais capaz a
sobrevivência no mundo empresarial”, “o Estado apenas dificulta o funcionamento
ideal do mercado” estas e outras frases constituem o mantra do dono da padaria decoradas
em palestras e cursos das associações empresariais.
3 – O dono da padaria não
sabe, mas o banqueiro e os controladores da General Motors, em 2008, correram
ao governo dos Estados Unidos para exigir que o Estado assumisse as dívidas da
empresa. E conseguiram!
4 – A General Motors recebeu
do governo estadunidense empréstimos (para pagar os banqueiros) e investimentos
diretos através da compra de ações pelo Tesouro. Enquanto isso pequenos e médios
empresários fecharam restaurantes, mercadinhos, lojas de conveniência e ainda
entregaram suas casas, utilizadas como garantia de financiamentos de seus
pequenos negócios, aos bancos. Capitalismo sem risco para os grandes e leis do
mercado para os pequenos, assim funciona a livre concorrência.
5 – VOLTANDO A GENERAL
MOTORS; a empresa, diante do apoio estatal, prometeu manter os empregos e
tratou de anunciar novas contratações – incluindo antigos empresários de bairro
– elevando, para alegria governamental, os índices econômicos dos Estados
Unidos.
6 – A REALIDADE: desde o
último dia 16 os trabalhadores das 31 fábricas da General Motors distribuídas em
9 estados encontram-se em greve e reivindicam, inclusive, o fim das
contratações de horário parcial, ou seja, depois de apropriar-se dos recursos
do povo a General Motors ampliou o número de empregados sem direitos mínimos e
com salários igualmente aviltantes. Eis a recuperação econômica anunciada e
referenciada lá e aqui no Brasil.
7 – Nos últimos três anos
a General Motors lucrou US$ 35 bi fartamente distribuídos entre seus
administradores, bancos, fundos de investimentos enquanto o trabalhador não possui
o direito de férias remuneradas, licença maternidade, licença luto e ainda encontra
a obrigação de cumprir horas extras transformando em tempo integral o contrato de
tempo parcial.
8 – Retomando o fato
intervenção econômica; somente um tolo não percebeu a disputa evidente entre
economias com forte presença estatal e aquelas do discurso liberal e prática protecionista.
9 – O trabalhador vai
perdendo o emprego e os direitos em nome do maior lucro possível sempre
destinado aos banqueiros.
10 – A situação do Brasil
merece atenção: a política econômica do atual governo retira a possibilidade de
superação do nosso atraso (pelo menos a condição de sobrevivência econômica
soberana) diante das privatizações dos setores estratégicos como a Petrobras, Eletrobras
e Correios sem mencionarmos a destruição da estrutura responsável pela educação,
pesquisa, saúde e assistência social.
11 – O discurso
ideológico da supremacia do mercado e incompetência do Estado não passa de uma
grande farsa e serve somente para justificar os meios para o aumento da
exploração dos trabalhadores e como observamos o grande capital não sobrevive
sem o apoio estatal e para este fim exige a sua posse total.
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