A COLABORAÇÃO CHINESA
PARA A REPRIMARIZAÇÃO
DA ECONOMIA
Wladmir Coelho
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE) a China deve saltar de 9,16 milhões de barris de petróleo importados ao dia para 11,63 milhões em 2011. Para garantir sua segurança energética o país asiático estabeleceu uma política econômica para o petróleo na qual assume o controle de áreas com potencial produtivo em diferentes pontos do planeta incluindo a América do Sul subcontinente do qual fazemos parte, embora muita gente esqueça deste detalhe.
Concretizando a política de controle das áreas petrolíferas no último dia 9 de dezembro a corporação chinesa Sinopec Group anunciou a compra da Occidental Petroleum da Argentina – empresa com sede nos EUA cujas atividades na América do Sul encontram-se na Argentina, Bolívia e Colômbia – assumindo o controle de uma reserva provada de 393 milhões de barris nas províncias de Santa Cruz, Mendoza e Chubut.
As corporações chinesas investem claramente na importação de matéria prima reservando a industrialização para as atividades em seu território e – no caso do petróleo – este aspecto fica evidente tendo em vista o volume de investimento destinado às refinarias levando especialistas do US Energy Information a calcular a concentração de 38% do refino mundial de petróleo no país asiático em 6 anos.
Existindo alguma dúvida quanto a reprimarização da economia em nosso subcontinente vamos lembrando – mais uma vez – da euforia brasileira oficial e oficiosa em torno do óleo do pré-sal cujo destino não será diferente agravado em função do direcionamento de nossa maior empresa de petróleo para a produção de tecnologia e formação de quadros humanos – ou seja gastando dinheiro do povo – direcionados a tarefa de exportar matéria prima. A mentalidade colonial de nossas elites ainda viva e forte.
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