A
TENTATIVA DE CALOTE DA BRITISH PETROLEUM
Wladmir
Coelho
Segundo dados do EIA
(U.S. Energy Information) a British Petroleum (BP) apresentou na última década um lucro de 154
bilhões de dólares. Estes números, via de regra, servem para inflar os
argumentos dos fundamentalistas neoliberais que reforçam o dogma da eficiência
do setor privado enquanto o Estado mostra-se incompetente.
Esta alegada
eficiência, na realidade, funciona como eufemismo à prática da busca do maior
lucro possível não importando os meios incluindo, neste caso, a utilização de
material de baixa qualidade.
No caso da BP o
episódio das explosões em 2010, no Golfo do México, que resultaram no vazamento
de pelo menos 4 milhões de barris de petróleo revelaram o quanto esta alegada
eficiência não passa de uma peça de publicidade ideológica.
Para cortar custos a BP
e suas associadas – destacando-se a Halliburton – utilizaram material incompatível
com a natureza da exploração em águas profundas. O resultado desta economia foi
a morte de 11 trabalhadores seguido por uma tragédia ambiental e múltiplas
falências de pequenas empresas de pesca, hotéis e restaurantes.
O descaso da
Halliburton com a segurança, diga-se de passagem, é conhecida amplamente no
Brasil quando desapareceu de seu contêiner, em 2008, um computador portátil da
Petrobras contendo informações sigilosas.
No caso do Golfo do
México a irresponsabilidade da Halliburton e BP ficou evidente aceitando as empresas
a condição de culpada em pelo menos 14 acusações. Realizou-se desta forma um
acordo judicial esperando a empresa – com base em números manipulados –
desembolsar um valor aproximado de 8 bilhões de dólares.
O custo das
indenizações, todavia, apresenta-se maior e não para de crescer tendo em vista
a apresentação de novos danos ao meio ambiente e trabalhadores que atuaram no
processo de limpeza das águas.
Somamos ao fato as
investigações que apontam para a possibilidade de continuidade do vazamento
considerando-se a abertura de novas fendas nas proximidades do poço lacrado.
O inferno astral da
empresa; A BP tentou recentemente suspender o acordo judicial, mas foi
derrotada e obrigada a efetivar pagamentos que aproximam-se de 9 bilhões de dólares.
A justiça também condenou um antigo funcionário cuja função durante a tragédia
era adulterar informações relativas ao volume de óleo despejado no mar.
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