A
RESPEITO DA INTERVENÇÃO
DO ESTADO NA ECONOMIA
Petróleo
e militarismo
Wladmir
Coelho
O discurso neoliberal
demoniza a participação do Estado na economia. Essa máxima da seita tem na
repetição do dogma da incompetência estatal o seu fundamento, contudo a
hipocrisia destes fundamentalistas do dinheiro oculta a intima ligação entre o
Estado e os grandes grupos econômicos.
Nos Estados Unidos,
sempre citados pelos fundamentalistas neoliberais como exemplo de não
intervenção estatal na economia, o Estado revela-se como grande patrão mantendo
a seu serviço um gigantesco contingente de funcionários públicos fardados
espalhados em 150 bases militares em todo o planeta.
Os gastos do Estado
estadunidense com seus soldados supera os US$ 340 bilhões anuais (isso mesmo
bilhões) encontrando-se muito acima dos US$ 48 bilhões gastos no Estado chinês.
Os Estados Unidos empregam 1.414.000 funcionários públicos – sem concurso - somente no setor militar. Acha inchaço da
máquina pública!
A intervenção do Estado
na economia nos Estados Unidos, por via da militarização, não limita-se ao
pagamento dos salários dos soldados assim devemos considerar a poderosa
indústria que sobrevive a sombra deste modelo mortífero criando e fabricando
armamentos destinados as forças armadas. Em 2009 esse setor recebeu do Estado
US$ 712 bilhões em pagamentos.
A indústria bélica dos
Estados Unidos existe, basicamente, para atender as encomendas estatais de
mísseis, satélites, aviões, embarcações, encontrando-se o setor submetido à
fortíssima regulamentação que impede a livre negociação de seus produtos sem a
prévia e seletiva autorização estatal.
Neste ponto, a
regulamentação da indústria bélica nos EUA, devemos observar a tendência do
governo em liberar a venda de armamentos, preferencialmente, aos países
localizados em áreas com potencial petrolífero.
Não é coincidência o
recente aumento das vendas de armas estadunidenses aos países localizados no
Mar do Sul da China. Essa região possui potencial petrolífero e seu controle é
vital a política energética chinesa e seu controle é alvo de disputa
internacional.
Na América do Sul não é
diferente. O sociólogo Moniz Bandeira apresenta estudos reveladores a respeito
da disputa entre EUA e China que mobiliza
a ampliação do número de bases militares do primeiro em nosso subcontinente.
Recentemente foi
anunciada a implantação na Argentina, próxima a chamada tríplice fronteira, de
uma nova base militar estadunidense. Essa nova unidade militar, associada as
existentes na Colômbia e no Peru, garantem o livre acesso dos militares
estadunidenses ao Atlântico Sul e Pacifico. Não podemos esquecer do enclave
colonial inglês localizado nas Ilhas Malvinas que servem de apoio ao controle
do Atlântico região com ricas reservas petrolíferas.
Vejamos neste ponto a
incrível associação entre controle das áreas produtoras de petróleo e
intervenção estatal na economia. A política energética dos Estados Unidos – e
naturalmente das demais potências econômicas – encontra-se muito distante dos
dogmas da seita neoliberal notadamente aquele da livre iniciativa.
O dito setor petrolífero privado executa uma
política econômica associada ao poder do Estado (observe: existe o poder
econômico estatal) tornando difícil ou impossível a separação entre os
interesses de um e outro.
Considerando esse
quadro devemos observar que neste momento histórico o controle da Petrobras
torna-se um elemento importante para a política de segurança energética dos
Estados Unidos.
Para concluir essa
política temos, até esse momento, uma ação ideológica amparada na divulgação
dos dogmas da seita neoliberal que associam empresa pública à ineficiência e
corrupção. Os limites dessa tática, todavia, encontram-se no acumulo de
informação do povo brasileiro em relação ao controle colonial, imperial dos
Estados Unidos.
Não foi obra do acaso a
incerteza política e insegurança administrativa instalados no Brasil. Temos uma
ação milimetricamente orquestrada seguindo o roteiro observado em outras partes
do planeta. O preocupante fica em relação aos passos seguintes cujo resultado
apresenta opções da implantação de ditaduras até a guerra civil.
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