INEXPERIÊNCIA
DE BOLSONARO
PREOCUPA CHINESES
Wladmir
Coelho
O jornal chinês Global
Times dedicou um editorial à eleição de Jair Bolsonaro com a seguinte pergunta:
O novo governo brasileiro vai reverter a política com a China?
O texto classifica
Bolsonaro como o “Trump Tropical” entendimento, no meu entender, equivocado
considerando as declarações do presidente eleito nas quais reproduz o discurso
de subordinação aos Estados Unidos através do predomínio dos acordos bilaterais
cuja tradução encontra-se no enfraquecimento dos blocos comerciais latino-americanos
seguido da submissão aos interesses do capital daquele país.
Trump não apresenta um
discurso de subordinação econômica, ao contrário, avança com sua guerra
comercial para intensificar a participação das empresas estadunidenses no
comercio mundial somado ao cerco tecnológico à China objetivando impedir a
superação da sua estrutura empresarial montadora.
Bolsonaro representa a submissão
aos Estados Unidos e excluída a fantasia do Trump Tropical os chineses revelam sua
preocupação com esta característica ideológica do presidente eleito alternando
o texto entre a lembrança da visita do então candidato a Taiwan com sua
inexperiência política resumida, segundo o jornal, a condição de parlamentar e
sua breve vida profissional nas Forças Armadas.
Este desconhecimento de
política internacional justificaria ainda, segundo o jornal, a utilização
ideológica das relações comerciais do Brasil com a China e defesa de sua
restrição como mero discurso de campanha ignorando este os princípios norteadores
do comércio internacional.
Segundo o jornal o Brasil
teria registrado um superávit comercial de US$ 20 bilhões com a China em 2017
ficando este país, inclusive, como maior comprador de soja e minerais
brasileiros.
A inexperiência de
Bolsonaro preocupa governantes de diferentes países e as declarações do
presidente eleito não contribuem em nada para superação das dúvidas existentes
a seu respeito. A exceção fica para Donald Trump o mesmo que emprestou seus
funcionários para a campanha da extrema direita brasileira e único dirigente
internacional a saudar, sem restrições, o futuro presidente.
Trump está muito bem
informado das limitações de seu escolhido no Brasil, mas sabe da terceirização
do cargo de presidente em nosso país cabendo ao titular a função de animador do
discurso da não política enquanto seu ministro da economia revela as verdades “técnicas”
do oráculo reforçado este aspecto através do controle tecnológico e manipulação
da informação acompanhado da intimidação militar como o estranho desfile da “vitória”
verificado na noite de 28 de outubro em Niterói.
Nenhum comentário:
Postar um comentário