A
MEIA NOITE LEVAREI SUA ALMA;
BOLSONARO,
NEOLIBERALISMO, PETROBRAS
E
O PREÇO DO ÓLEO DIESEL
Wladmir
Coelho
O grupo governante, em
sua composição civil e militar, apresenta-se claramente submisso aos interesses
do imperialismo estadunidense possuindo, inclusive, um mentor ou guru residente
naquele país.
As orientações do
astrólogo estadunidense servem, como sabemos, para diversão do grande público
enquanto os agentes do entreguismo realizam na prática as políticas de negação
da soberania nacional e consequente destruição da economia nacional conforme os
ditames da matriz.
O problema desta
docilidade governamental ao imperialismo encontra-se exatamente no fato “sistema
econômico nacional” princípio negado, em função do fundamentalismo ideológico,
pelos seguidores do ministro Paulo Guedes e defendido, o fundamentalismo, ao
extremo nos editoriais e colunas dos jornais de maior circulação nacional como verificou-se
no episódio do cancelamento do aumento no valor do óleo diesel.
A glória destes
fundamentalistas oficiais encontra-se na recente viagem do chefe de Estado aos Estados
Unidos oferecendo, deslumbradamente, bases militares, atacando os imigrantes e
até loteando a região amazônica.
Nenhum destes atos escandalizou
ou revoltou a burguesia nacional aquela do coronel high tech da monocultura
envenenada ou mesmo seus subordinados a chamada classe média cuja maior
preocupação é criar fábulas para justificar ou associar aos princípios cristãos
às políticas de extermínio dos pobres e preconceitos em geral.
A realidade, todavia, não
perdoa e cobra o seu preço. A política econômica amparada na radicalização
neoliberal apresentou um preço elevado aos senhores do campo a ponto destes
perceberem a pouca validade de uma prática escravista sem o necessário subsídio
ao combustível venha este a movimentar suas máquinas ou caminhões para o
transporte da produção.
Este fato, controle de
preços ou subsídio dos combustíveis, vai revelar um segundo problema, ou seja,
a inexistência de uma política de preços para o setor voltado ao atendimento
das necessidades econômicas nacionais decorrentes, esta ausência de uma
política de preços dos combustíveis, das práticas neoliberais amparadas estas
na privatização da Petrobras.
O Palácio do Planalto,
embora repleto de adoradores do imperialismo estadunidense, não está localizado
geograficamente em um subúrbio qualquer de Washington e recebe, diariamente, as
pressões dos segmentos econômicos nacionais.
Neste ponto temos o fato
sobrevivência política do chefe do governo associado este, vejam a ironia, a
necessidade de reconhecimento do sistema econômico nacional ou simplesmente, no
caso dos combustíveis, a indispensável existência dos meios necessários ao
controle estatal dos preços traduzidos na existência de uma política econômica
do petróleo.
Os Estados Unidos possuem
uma política econômica do petróleo associada à segurança nacional oferecendo
uma série de subsídios aos produtores locais e entendem como parte desta
política a garantia de atuação no exterior, livre de qualquer amarra
regulatória desrespeitando, como sabemos, os princípios da soberania nacional
em nome de seus interesses comerciais.
Temos neste ponto mais um
problema para o governo brasileiro e seu fundamentalismo econômico, ou seja,
não existe conciliação entre o princípio ideológico neoliberal e soberania
econômica fato representado neste episódio, vejam a nova ironia, na manutenção
das atribuições originais da Petrobras.
A burguesia nacional começou
a sentir o peso da subordinação imperialista, do radicalismo neoliberal e
desesperada aponta a necessidade de repensar o modelo. O governante de plantão
lança mão do recurso intervencionista que ainda resta para controlar o preço do
óleo diesel e deste ato apresenta a primeira contradição com os fundamentos
ideológicos radicais de seu governo.
Continua, o senhor
Bolsonaro, agradando o império oferecendo a desregulamentação econômica
simbolizada no fim da aposentadoria, capitalização das pensões, carteira de
trabalho verde e amarela.
O problema, destes
agrados, encontra-se no aprofundamento do desemprego e consequente asfixia do
mercado interno apresentando como resultado sinais de descontentamentos da dita
classe média e dos trabalhadores gerando os primeiros problemas no modelo de
distração e controle social amparado no discurso moralista, no fundamentalismo
religioso e no infantilizante verdeamarelismo.
O bolsonarismo, para
sobreviver, apresenta claramente a necessidade de rever a sua associação ao
neoliberalismo e subordinação canina ao imperialismo. Resta saber como seria um
eventual rompimento deste nível a esta altura dos acontecimentos.
O governo vai compensando
a burguesia nacional e isso ainda é pouco, pois existem milhões de
desempregados e uma juventude com poucas expectativas somado, estes problemas,
a crescente repressão aos trabalhadores simbolizadas nos assassinatos
realizados através dos aparatos de repressão oficiais.
A necessária política de
reconhecimento do sistema econômico nacional vai além da redução dos valores do
óleo diesel, contudo o fato revela uma importante contradição no interior do
governo.
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