* O IMPERIALISMO LUCRANDO COM A HISTERIA DA
3ª
GUERRA
LIVRE, MAS O CAPITALISMO PREFERE A
ESPECULAÇÃO
* VAMOS FALAR SÉRIO: QUEM
ESTABELECE O PREÇO
DO PETRÓLEO
* VAMOS ESTUDAR UM
POUQUINHO DE HISTÓRIA?
* COM OU SEM GUERRA O
BRASIL FRAGILIZADO EM
NOME DA IDEOLOGIA NEOLIBERAL
POR WLADMIR COELHO
1 – ESTREITO DE ORMUZ –
Localizado entre Omã e Irã o estreito de Ormuz liga o Golfo Pérsico ao Golfo de
Omã e este ao Mar Arábico por esta rota foram transportados em 2018 21 milhões
de barris de petróleo ao dia o equivalente a 21% do consumo mundial. (Dados do US
Energy Information Administration - EIA)
2 – O que acontece caso ocorra
uma interrupção no trânsito de petróleo no Estreito de Ormuz? a distribuição do
petróleo produzido no Oriente Médio não será paralisada, contudo; “A
incapacidade de o petróleo transitar no estreito de Ormuz, mesmo que
temporariamente, pode levar a atrasos substanciais na oferta e consequente
elevação nos custos de transporte, resultando em preços mundiais mais altos.” (EIA)
3 – Até o momento não
existe nenhum impedimento por parte do Irã relativo a passagem de navios
petroleiros pelo Estreito de Ormuz, todavia as empresas petrolíferas, incluindo
a Petrobras, resolveram alterar as rotas elevando, por consequência, os preços
do transporte.
4 – Devemos ainda observar
o seguinte: a política de preços do petróleo ou qualquer commodity não encontra-se
regulada, exclusivamente, por questões relacionadas aos custos de extração e
transporte.
5 – Precisamos recordar
que o petróleo encontra-se na base da produção convertendo-se em fonte de
energia e matéria prima para diferentes setores industriais desta forma o
controle de sua produção e distribuição constitui aspecto estratégico e
segurança nacional.
6 – Os preços das comodities,
incluindo petróleo, encontram-se naturalmente submetidos ao seu valor estratégico
tenha esta a condição de fonte de energia, matéria prima ou mesmo alimentar,
contudo inexiste uma regulamentação internacional a este respeito no sentido de
fazer prevalecer os interesses do progresso da humanidade diante dos interesses
meramente especulativos.
7 – O interesse maior em
relação aos preços do petróleo encontra-se, como qualquer outra commodity, associado
aos interesses do lucro dos grandes negociadores de títulos, ações ávidos por
aproveitar qualquer possibilidade de elevação de seus ativos de papel criando
crises sucessivas incluindo a histeria de uma Terceira Guerra Mundial mesmo que
esta ainda permaneça no campo da simples possibilidade.
8 – A situação de ameaça
da normalidade do fornecimento de petróleo não representa uma novidade apresentando-se
durante a Segunda Guerra Mundial, depois em 1956 após a nacionalização do Canal
de Suez, no ano de 1974 durante a guerra pela retomada dos territórios ocupados
por Israel e 1979 em decorrência da intervenção estadunidense contrário ao
avanço da revolução iraniana.
9 – A soma destes
episódios constitui elementos suficientes para a constatação da necessária
elaboração de uma política de segurança energética nos diferentes países e
assim procederam os europeus, estadunidenses e brasileiros.
10 – Os Estadunidenses, detentores
das maiores empresas petrolíferas, adotaram as seguintes práticas: constituição
de uma reserva petrolífera, proibição da exportação de petróleo nacional (este
ato vigorou durante 40 anos e foi suspenso em 2015) somados ao estímulo à
exploração do xisto e elaboração de uma política externa de controle das
principais áreas produtivas do mundo através da presença de suas empresas
elevando este fato a questão de segurança nacional, ou seja, a restrição a
participação de uma empresa estadunidense no processo de exploração petrolífera
em qualquer país é entendida como uma espécie de declaração de guerra.
11 – No caso brasileiro,
por motivos óbvios, não foi possível aplicar os métodos imperialistas
utilizados pelos Estados Unidos e potências europeias restando adotar o caminho
natural do controle estatal da importação, produção, refino e distribuição resultando
esta prática na criação da Petrobras através da Lei 2004 assinada em 3 de outubro
de 1953 pelo presidente Getúlio Vargas.
12 – A Lei 2004 garantia
o monopólio estatal do petróleo e determinava a Petrobras como empresa responsável
por sua aplicação garantindo, desta forma, a segurança energética nacional.
13 – Percebam neste caso
o alcance desta medida em relação ao enfrentamento ao imperialismo e não foi
sem motivo que ato continuo o presidente Vargas foi levado ao suicídio, o
presidente Goulart, após nacionalizar as refinarias e disciplinar a importação
de petróleo, foi derrubado por um golpe militar em 1964 tratando estes
golpistas de “flexibilizar” o monopólio estatal através dos chamados contratos
de risco.
14 – Nos anos 1990
Fernando Henrique Cardoso enterrou de vez o monopólio estatal – e vejam o
quanto este senhor ainda é festejado internacionalmente e internamente sempre
apresentado como o modernizador da economia nacional não passando, na verdade,
de um entreguista.
15 – Em 2006 a Petrobras
anuncia a descoberta do pré-sal uma gigantesca reserva petrolífera ainda
parcialmente delimitada e a cada dia mais distante do controle pleno dos
interesses brasileiros. Esta descoberta é atualmente alvo da destruição entreguista
impedindo o imperialismo a utilização de seu poder econômico para o desenvolvimento
nacional.
16 – VOLTANDO AO ESTREITO
DE ORMUZ – O simples anúncio de uma guerra – que ainda não há – converte-se em
meios de ganho aos especuladores detentores dos fundos de investimentos
internacionais – estes que somente até novembro passado retiraram do Brasil US$
27,15 BILHÕES! – através da jogatina nas bolsas de valores.
17 – Enquanto isso o governo
brasileiro permanece inoperante e não apresenta um plano para a garantia da
segurança energética e alimentar – lembrai-vos dos sucessivos aumentos do gás
de cozinha – expondo o nosso povo a toda espécie de perigos e provações ameaçando
a reduzida produção industrial nacional diante do eminente aumento dos
transportes sem falar da matéria prima necessária aos ainda sobreviventes setores
de nossa indústria.
18 – Ainda não tenho notícias
de uma proposta alternativa – emergencial – ao modelo entreguista do atual
governo brasileiro e acredito que precisamos superar a fase dos “memes” e mesmo
da histeria diante de uma eventual guerra e partir para ações concretas de
proteção da economia brasileira e sem medo exigir a nacionalização dos nossos
recursos minerais.
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