Escuta Educativa - Programa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

EXPORTAR JAMAIS, CONTROLAR SIM A política petrolífera nacionalista dos Estados Unidos



EXPORTAR JAMAIS, CONTROLAR SIM
A política petrolífera nacionalista dos Estados Unidos

Wladmir Coelho

Os Estados Unidos dominaram a produção internacional petrolífera dos últimos anos do século XIX ao final da II Guerra Mundial. Este fato proporcionou ao país um controle da tecnologia necessária ao processo de exploração e consequente predomínio – internacional - de suas empresas no setor.
Diga-se de passagem, o termo empresas fica inadequado quando verificamos a característica de truste na origem das empresas estadunidenses – no período citado – que passaram a dominar a exploração internacional do petróleo.

No comércio internacional do petróleo existiam 7 grandes empresas das quais 5 eram estadunidenses e todas criadas a partir da Standard Oil. Do ponto de vista da política externa os Estados Unidos utilizaram desde praticas corruptas para comprar governantes e órgãos de imprensa a promoção de golpes de estado e assassinatos para proteger os interesses da Standard Oil.

Internamente esta prática sofreu inúmeras interferências tendo em vista o prejuízo que causavam a segurança energética existindo – desde o final do século XIX – legislações anti-truste.
A política econômica dos Estados Unidos ficava ameaçada diante do controle de uma empresa de todo o processo produtivo do petróleo existindo o risco real ao crescimento do setor industrial diante de uma política de preços determinada a partir da Standard Oil.

A política econômica do petróleo não poderia ser ditada a partir das necessidades de um grupo privado cujo objetivo não seria outro a não ser o lucro. Este embate envolveu – principalmente – o presidente Theodore Roosevelt defensor da regulamentação do setor.

Observe a existência – nos Estados Unidos – de uma legislação nacionalista cujo objetivo encontrava-se centrado na política de preços dos combustíveis como forma de garantir o crescimento econômico.
Terminada a II Guerra Mundial – ficando os Estados Unidos entre os vencedores – a produção petrolífera interna torna-se insuficiente ao atendimento das necessidades de uma economia que crescia assustadoramente.

O resultado foi a diminuição das exportações e crescimento das importações realizadas através da Standard Oil. Para manter o nível dos preços o subsídio oferecido internamente era estendido ao petróleo importado.
Imaginem: A exploração nos países produtores era efetivada a preço muito baixo e mesmo assim o truste era isento de pagar impostos a fim de compensar os eventuais gastos. 

Vejam: A política econômica de um país determinava (?) o preço internacional do petróleo utilizando como instrumento uma empresa privada.

Nos anos 70 a crise internacional de abastecimento do petróleo levou os Estados Unidos a adoção de um novo modelo de segurança energética que inclusive proibiu a exportação de petróleo nacional. Esta proibição ainda está em vigor mesmo observando-se um aumento na produção.
Este alegado crescimento da produção movimenta o lobby das empresas do petróleo que pressionam o governo a derrubar a proibição da exportação de petróleo, todavia a oposição a oposição ao projeto é grande. 

Recentemente o senador Robert Menendez – presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado – em carta ao presidente Obama afirmou: “Derrubar a proibição de exportar o petróleo pode significar uma vitória às grandes produtoras, mas seria um enorme prejuízo aos consumidores americanos”.
A notícia da carta do senador Menendez até repercutiu nos Estados Unidos e chegou a merecer uma resposta do Instituto Americano do Petróleo que, naturalmente, defendeu seus associados.

No Brasil a carta do senador não mereceu atenção da mídia afinal poderia levantar um espanto geral: O governo dos Estados Unidos protege o mercado interno! Meu Deus como explicar isso no noticiário da Globonews?


A política econômica do petróleo no Brasil segue o sua tradição entreguista ou, como preferia o general Juarez Távora, cooperação. 

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