EXPORTAR
JAMAIS, CONTROLAR SIM
A
política petrolífera nacionalista dos Estados Unidos
Wladmir
Coelho
Os Estados Unidos
dominaram a produção internacional petrolífera dos últimos anos do século XIX
ao final da II Guerra Mundial. Este fato proporcionou ao país um controle da
tecnologia necessária ao processo de exploração e consequente predomínio –
internacional - de suas empresas no setor.
Diga-se de passagem, o
termo empresas fica inadequado quando verificamos a característica de truste na
origem das empresas estadunidenses – no período citado – que passaram a dominar
a exploração internacional do petróleo.
No comércio
internacional do petróleo existiam 7 grandes empresas das quais 5 eram
estadunidenses e todas criadas a partir da Standard Oil. Do ponto de vista da
política externa os Estados Unidos utilizaram desde praticas corruptas para
comprar governantes e órgãos de imprensa a promoção de golpes de estado e
assassinatos para proteger os interesses da Standard Oil.
Internamente esta
prática sofreu inúmeras interferências tendo em vista o prejuízo que causavam a
segurança energética existindo – desde o final do século XIX – legislações anti-truste.
A política econômica
dos Estados Unidos ficava ameaçada diante do controle de uma empresa de todo o
processo produtivo do petróleo existindo o risco real ao crescimento do setor
industrial diante de uma política de preços determinada a partir da Standard
Oil.
A política econômica do
petróleo não poderia ser ditada a partir das necessidades de um grupo privado cujo
objetivo não seria outro a não ser o lucro. Este embate envolveu –
principalmente – o presidente Theodore Roosevelt defensor da regulamentação do
setor.
Observe a existência –
nos Estados Unidos – de uma legislação nacionalista cujo objetivo encontrava-se
centrado na política de preços dos combustíveis como forma de garantir o
crescimento econômico.
Terminada a II Guerra
Mundial – ficando os Estados Unidos entre os vencedores – a produção
petrolífera interna torna-se insuficiente ao atendimento das necessidades de
uma economia que crescia assustadoramente.
O resultado foi a
diminuição das exportações e crescimento das importações realizadas através da
Standard Oil. Para manter o nível dos preços o subsídio oferecido internamente era
estendido ao petróleo importado.
Imaginem: A exploração
nos países produtores era efetivada a preço muito baixo e mesmo assim o truste
era isento de pagar impostos a fim de compensar os eventuais gastos.
Vejam: A
política econômica de um país determinava (?) o preço internacional do petróleo
utilizando como instrumento uma empresa privada.
Nos anos 70 a crise
internacional de abastecimento do petróleo levou os Estados Unidos a adoção de
um novo modelo de segurança energética que inclusive proibiu a exportação de
petróleo nacional. Esta proibição ainda está em vigor mesmo observando-se um
aumento na produção.
Este alegado
crescimento da produção movimenta o lobby das empresas do petróleo que
pressionam o governo a derrubar a proibição da exportação de petróleo, todavia
a oposição a oposição ao projeto é grande.
Recentemente o senador
Robert Menendez – presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado – em
carta ao presidente Obama afirmou: “Derrubar a proibição de exportar o petróleo
pode significar uma vitória às grandes produtoras, mas seria um enorme prejuízo
aos consumidores americanos”.
A notícia da carta do
senador Menendez até repercutiu nos Estados Unidos e chegou a merecer uma
resposta do Instituto Americano do Petróleo que, naturalmente, defendeu seus
associados.
No Brasil a carta do
senador não mereceu atenção da mídia afinal poderia levantar um espanto geral:
O governo dos Estados Unidos protege o mercado interno! Meu Deus como explicar
isso no noticiário da Globonews?
A política econômica do
petróleo no Brasil segue o sua tradição entreguista ou, como preferia o general
Juarez Távora, cooperação.
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